Cristo Ressuscitou Verdadeiramente, Aleluia!
3º Domingo de Pascoa
Meus Irmãos e Irmãs, Jesus
ressuscitou verdadeiramente em nossas vidas? Como podemos fazer uma experiência
de encontro com Jesus ressuscitado? Como é que podemos mostrar ao mundo que
Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação? A Liturgia
deste terceiro Domingo de Páscoa quer nos responder de modo claro e objetivo
estas perguntas.
É
através das Escrituras e de modo especial dos Evangelhos que temos a certeza de
que Jesus está vivo e continua a ser o centro à volta do qual se constrói a
comunidade dos discípulos. É exatamente nesse contexto da Igreja - na vida da
comunidade, no diálogo fraterno com os irmãos que partilham a mesma fé, na
escuta orante e em comunidade da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos
de fraternidade e de serviço - que os discípulos podem fazer a experiência do
encontro com Jesus ressuscitado. Depois desse "encontro", os
discípulos são convidados a dar testemunho de Jesus diante dos outros homens e
mulheres.
A
primeira leitura tirada dos Atos dos Apóstolos 3,13-15.17-19 nos apresenta,
precisamente, o testemunho de fé dos discípulos sobre Jesus. Depois de terem
mostrado, em gestos concretos, que Jesus está vivo e continua a oferecer aos
homens a salvação, Pedro e João convidam os seus interlocutores a acolherem a
proposta de vida que Jesus lhes faz.
A
segunda leitura tirada da Primeira Carta de João 2, 1-5a nos lembra que o
cristão, depois de encontrar Jesus e de aceitar a vida que Ele oferece, tem de
viver de forma coerente com o compromisso que assumiu e na coerência deve
manifestar-se no reconhecimento da debilidade e da fragilidade que fazem parte
da realidade humana e num esforço de fidelidade aos mandamentos de Deus. O
cristão é chamado à santidade e a viver uma vida de renúncia ao pecado. Deus
chama-o a rejeitar o egoísmo, a auto-suficiência, a injustiça, a opressão
(trevas) e a escolher a luz. No entanto, o pecado é uma realidade
incontornável, que resulta da fragilidade e da debilidade do homem. O cristão
deve ter consciência desta realidade e reconhecer o seu pecado. Não fazer isto
é fechar-se na auto-suficiência, é recusar a salvação que Deus oferece (quem
sente que não tem pecado, também não sente a necessidade de ser salvo). O
cristão é aquele que reconhece a sua fragilidade, mas não se desespera. Ele
sabe que Deus lhe oferece a sua salvação e que Jesus Cristo é o "advogado"
(literalmente, "parakletos", que podemos traduzir por
"defensor") que o defende. Ele veio ao mundo para eliminar o pecado -
o pecado de todos os homens.
O
Evangelho que é Proclamado em Lucas 24, 35-48 nos situa-nos em Jerusalém, pouco
depois da ressurreição. Os onze discípulos estão reunidos e já conhecem uma
aparição de Jesus a Pedro (cf. Lc 24,34), bem como o relato do encontro de
Jesus ressuscitado com os discípulos de Emaús (cf. Lc 24,35). Apesar de tudo, o ambiente é de medo,
de perturbação e de dúvida. A comunidade, cercada por um ambiente hostil,
sente-se desamparada e insegura. O medo e a insegurança vêm do fato de os
discípulos não terem, ainda, feito a experiência de encontro com Cristo
ressuscitado. Isto nos situa nas perguntas feitas no inicio desta Catequese Jesus
ressuscitou verdadeiramente em nossas vidas? Como podemos fazer uma experiência
de encontro com Jesus ressuscitado? Como é que podemos mostrar ao mundo que
Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação? • Jesus ressuscitou verdadeiramente, ou a ressurreição
é fruto da imaginação dos discípulos? Como é possível ter a certeza da
ressurreição? Como encontrar Jesus ressuscitado? É a estas e a outras questões
semelhantes que o Evangelho deste domingo procura responder. Com a sua
catequese, Lucas nos diz que nós, como os primeiros discípulos, temos que
percorrer o sempre claro caminho da fé, até chegarmos à certeza da
ressurreição. Não se chega lá através de deduções lógicas ou através de
construções de caráter intelectual; mas chega-se ao encontro com o Senhor
ressuscitado inserindo-nos nesse contexto em que Jesus Se revela - no encontro
comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta
comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e
de serviço nesse "caminho" que vamos encontrando Cristo vivo,
atuante, presente na nossa vida e na vida do mundo. Na catequese que Lucas
apresenta, Jesus ressuscitado confia aos discípulos à missão de anunciar
"em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todos os povos,
começando por Jerusalém". Continuando a obra de Jesus, a missão dos
discípulos é eliminar da vida dos homens tudo aquilo que é "o pecado"
(o egoísmo, o orgulho, o ódio, a violência e propor aos homens uma dinâmica de
vida nova. É isso que nossa Paróquia Santuário de Santa Rita de Cássia deve
buscar todos os dias até o fim dos Tempos. Amém, Aleluia.
Lindoaldo Ramos de Souza
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