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Padre
Paulo Koelen tornou-se vigário de Santa Rita em 1962 e aqui conosco permaneceu
até dezembro de 1986. Nascido em Diependeek, em 26 de janeiro de 1913, na
Bélgica, ordenou-se sacerdote em Liege, em 04 de julho de 1937, com 25 anos e
faleceu em hospital em Hasselt, em 05 de dezembro de 1987. Todos que tiveram o
privilégio de conviver com Padre Paulo, têm a convicção de gigantesca obra
social que ele desenvolveu em benefício do povo necessitado de Santa Rita. Como
sacerdote foi autêntico seguidor de Cristo, combatendo a idolatria e a
ignorância reinantes, infelizmente, em seu rebanho. Nem sempre foi compreendido
pelos ignorantes da Palavra de Deus. Com auxilio da Bélgica e do Poder Público
Municipal, fundou muitos Centros Sociais na comunidade – Centro Social João
XXIII, Paulo IV, João Paulo II e o Centro Social Promoção da Mulher, e outros,
que além de oferecer cursos profissionalizantes, evangelizavam e mantinham escolas
com professores pagos pela Prefeitura, ne período de 1962 a 1963, na gestão do
Prefeito Antônio Teixeira, seu grande amigo. Conseguiu material de construção
da Prefeitura e terrenos doados por Dona Lili Santiago bem como reuniu o povo
sem teto em mutirão, construindo os conjuntos Paulo IV e Nova Esperança. Possuía
um velho Jeep, onde transportava os doentes a qualquer hora do dia ou da noite.
Fundou com Ex. Padre Maurício, o Jornal Sínos de Santa Rita, onde mantinha os
paroquianos informados sobre a obra social e evangelizadora da igreja. Em 1982,
quando a greve dos canavieiros, foi para o campo, evangelizar e levar alimentos
aos grevistas, enfrentando o ódio dos latifundiários e usineiros. Em 1978,
quando o então prefeito tentou desapropriar a secular igreja da Conceição, ingressou
na justiça, através do saudoso advogado
Mário Rodrigues, sendo vitorioso em sua batalha, pois as igrejas e templos não
podem ser desapropriados.
Para
Eduardo Hoornaert, Padre Paulo foi um verdadeiro “congregador de pessoas” e
talvez tenha sido esta a sua melhor qualidade. Não exerceu o árduo trabalho da
intelectualidade teológica, “não era de escrever ou de pronunciar discursos”,
mas realizou na base da sociedade em que pertencia, uma silenciosa mudança de
mentalidade, com “seu trabalho concreto, sempre na linha da libertação”; sendo
por isso “respeitado como sacerdote exemplar” por muitos de seus colegas, que o
consideram um verdadeiro ‘santo’. Poucos são os que guardam a respeito do Padre
Paulo, uma lembrança negativa, mas, mesmo estes, são enormemente capazes de
reconhecer a grandeza da revolução espiritual e social, que aquele padre belga
“desbatinado” causou ao passar realizando sua missão sacerdotal em Santa Rita.
“Não
prometo que vou escrever outras cartas, mas a união fica, mesmo sem resposta
minha. E agora, com tudo que Deus deu a
vocês, ajude para que cresça em Santa Rita o espírito do Evangelho. Não se isole, segura a mão do irmão que está
ao seu lado e precisa da mão de Você como Você precisa da dele...”
“E
aqui deixo Você com muita saudade e com minha benção sacerdotal.”
Tchau!
Até na casa do Pai!